Continuando……
O maior desafio foi desenvolver metodologia para atender a diversos tipos de participantes,em Aracaju a galera já estava bem acostumada ao trabalhop com vídeo, já produziam documentários, no Casa Curta-se o lance era bem legal, mas também tinham as pessoas que nunca tinha visto uma filmadora, então como falar de roteiro, enquadramento, estilo……nesta primeira oficina uma pulga ficou atrás da orelha…..como falar de coisas tão técnicas sem ser acadêmico demais, ou superficial demais…uma coisa.
Uma das avaliações era que precisávamos ter oficinas versateis que podessem atender todos os interessados, falar do histórico do cinema dos nomes corretos das coisas eram bem legal, mas as pessoas queriam a prática, mexer, gravar com sua história…..ai estava o grande lance.
Passo seguinte começar a pensar em como administrar as oficinas ainda tínhamos o “coordenador” conosco mas cada vez mais éramos eu e Vanessa para tocar o laborátorio de vídeo, uma mistura interessante de teoria e prática. Já que a Vanessa era professora na Universidade de Brasilia e também produzia vídeos e eu Educadora Popular na periferia de São Paulo e oficinas em alguns lugares......
a volta do fórum, tédio total, sem trabalho sem oportunidades de continuar a trabalhar com produção, um tanto desacreditada, imagine trabalhar com vídeo, cinema, sem câmera, sem computador, sem FAAP e Belas Artes….Mas resolvo rever amigos, ainda mais que recebi um recado que tinha uma pessoa que eu conheci no fórum que estava perguntando por mim, fui na Galeria Olido ver os meninos, nossa coisa de louco a base de apoio estava sendo formada com as máquinas que estavam no FSM e outras novas, reencontros pessoas queridas e proposta de trabalho, trabalho com vídeo em software livre e tudo que tinha visto no fórum, fico super afim, e começo a saber do que se trata….surpresa o lance todo estava em torno dos pontos de cultura projeto de incentivo a cultura e coisa e tal que por coincidencia tinha surgido com as discussões das BACs ( Bases de apoio a Cultura) que a um tempo atrás estava sendo discutido com o movimento Hip Hop, coletivo que eu fazia parte então tudo em casa, trabalhar com ongs de Sampa que eu conhecia, com um projeto social diferenciado e que de uma certa forma conhecia bem…Começo a fazer uma coisa nada haver com o que pensei, fui visitar pontos de cultura, conhecer melhor alguns e matar saudades de outros com quem já havia trabalhado e falar sobre nosso trabalho, quem somos e por estávamos ali, parece crise existencial mas não, era papo sério mesmo…. a aventura ou melhor trabalho começa aqui.
Trajetos, caminhos, pessoas e afins…..
Comunicão Comunitária e Livre, hoje este tema é discutido por várias instituições e pessoas ligadas a várias áreas, seja tecnologia, literatura, produção audiovisual etc. Em 2004 as coisas eram mais descentralizadas, alguns grupos discutiam as ações sobre este tema e faziam isso de maneira pontual, pelo menos grupos de periferia que são de onde venho. E graças a estas discussão que várias coisas foram acontecendo, algumas eu vou escrever e falar e comentar com mais detalhes outras seram capitulos a parte. Com o coletivo que discutia comunicação comunitária e livre carinhosamente apelidado de COMCOM, conheci muitas gente, eu e meus amigos do Joinha Filmes grupo de produção audiovisual formado por jovens de várias regiões de São Paulo com uma coisa em comum a periferia e vontade de fazer coisas e se apropriar de outras. E com estas ida e vindas lá estava eu e a Gleice num ônibus indo para o Fórum Social Mundial em Porto Alegre com um monte de gente, tambor, computador. Aos poucos fomos reencontrando pessoas do COMCOM e conhecendo outras, uma relação maravilhosa tambor e tecnologia, muito legal, mal sabia eu que isso ampliaria de forma significativa meus horizontes, a proposta da galera era de fazer uma caravana de comunicação até chegar ao FSM.
O onibus estava saindo de campinas, passou por Sampa, nos dirigimos a ao Sul com parada em Floripa e Curitiba, muito legal com intervenções e planos de como iriamos trabalhar com software livre no forum. Esta foi a minha terceira participação no fórum, mas uma experiencia unica, bem melhor que ir de surpressa como na primeira vez.....e lembrar das pessoas boas que encontrei que tenho orgulho de conserva-las como amigas e amigos até hoje. Bem lá no caminho me apaixono pela história de software livre e todas as possibilidades de crescimento que isso poderia trazer pro grupo, me empolgo em pensar que todos os lance de empoderamento que antes discutiamos agora poderiam ser viabilizados, a ideia de não precisar ter um Mac ou um Pc novão para editar videos foi maravilhoso…… E quanto mais eu ouvi mas ficava doida pra usar e foi o que fiz fiquei durante o Fórum mexendo e fuçando e conhecendo, o louco é que a galera não tinha problemas, pode usar? Claro estão aí pra isso, quer fazer oficina? Faz, vocêª faz a grade, vocêª decide e aplica as coisas, isso foi me encantando e passei todos os dias do fórum assim pela manhã dançava e tocava tambor e a tarde tecnologia, conhecendo computadores, softwares e pessoas muitas pessoas….. Muitas portas se abriram e possibilidades também, acho até que aquele FSM que não era o primeiro que eu participava mudou o rumo da minha tragetória…. Volta pra Sampa, e agora o que fazer com tanta informação? E as coisa que tinha aprendido… começo a falar e encher todos meus amigos sobre software livre e possibilidades e direitos autorais e isso e aquilo… Bem apartir daqui que começa o motivo de fazer um blog….É por causa desta volta que tenho um monte de coisa pra escrever, apesar do fato de não saber como fazer…pode até parecer um diário ou coisa e tal, mas pra quem me conhece é o meu jeito de socializar minhas experiências, minhas vivências e faço isso muito por que um cara que fez parte do COMCOM, desta experiência no FSM 2005, do Cultura DIgital e se depender de mim vai continuar fazendo parte de muitas outras coisa na minha vida me diz que temos que escrever não importa como, mas registrar as coisa…